Abençoadas alvoradas, e finais de tarde, em que ofereço a mim próprio alguns momentos de lazer e mato o tempo com estes exercícios de escrita, despretensiosos e sem compromisso.
São instantes que, na minha redoma de silêncio autista, permitem libertar-me dos grilhões de um fado odiado, que me consome e intoxica até ao tutano, e dão-me alento para tentar recuperar a sanidade que me foge todos os dias; a cada segundo, a cada expiração, a cada piscar de olhos.
Por mais absurda e obsessiva que esta rotina possa parecer, embrenhar-me na construção de textos aleatórios e isentos de literariedade é tão regenerador como respirar oxigénio puro para expurgar os venenos ingeridos na poluição dos dias.
Para desgraça já me chega a degeneração física natural da vida.
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