segunda-feira, 15 de abril de 2024

Diário do absurdo e aleatório 273 - Emanuel Lomelino

Abençoadas alvoradas, e finais de tarde, em que ofereço a mim próprio alguns momentos de lazer e mato o tempo com estes exercícios de escrita, despretensiosos e sem compromisso.

São instantes que, na minha redoma de silêncio autista, permitem libertar-me dos grilhões de um fado odiado, que me consome e intoxica até ao tutano, e dão-me alento para tentar recuperar a sanidade que me foge todos os dias; a cada segundo, a cada expiração, a cada piscar de olhos.

Por mais absurda e obsessiva que esta rotina possa parecer, embrenhar-me na construção de textos aleatórios e isentos de literariedade é tão regenerador como respirar oxigénio puro para expurgar os venenos ingeridos na poluição dos dias.

Para desgraça já me chega a degeneração física natural da vida.

Sem comentários:

Enviar um comentário