sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Baixeza

Há quem, como eu, use de auto estima
para criar as poesias, com ou sem rima
tudo isto faz parte do processo criativo
concordem ou não com a minha forma
sou assim e faço deste método a norma
que sigo e para mudar não vejo motivo

É triste sentir que sou incompreendido
e que por isso alguém se sente ofendido
mas que fazer se é presunção o que vejo?
existe quem se alimente do próprio ego
eu bem lhe vejo a vaidade, não sou cego
em verdade digo: Essa faceta não invejo!

Se criticam o que escrevo, não contesto
apenas e somente a mim, contas presto
e criticas maldosas não me fazem dano
mas não tolero ingerências, isso é feio!
não permito as chantagens de permeio
nada mais digo, nesta cena baixo o pano

Este poema é dedicado ao NUNO DE FREITAS, que hoje ao princípio da tarde foi desrespeitado enquanto criador por alguém que, tal como num atropelamento, após bater se pôs em fuga. As criticas são sempre bem-vindas desde que feitas com dignidade e de forma construtiva. Todas as outras valem pouco e não merecem ser encaradas com seriedade.

domingo, 21 de novembro de 2010

Assim me dou

Tenho uma paixão e não guardo segredo
tenho na veia palavras que correm
e não me incomodo ao sangrar.
Sou dador de versos que partilho
sentimentos que vos ofereço
sou um livro aberto.
Sou poesia ou talvez não
dou o que quero e posso
letras, palavras, frases, versos, ideias.
Sou uma história que relata
emoções à flor da pele
sentimentos na ponta da língua.
A minha voz é muda e ecoa em vossos olhos
vocês lêem os meus lábios
ficam com uma imagem do que sou
ficam com uma ideia do que quero
ficam a saber o que penso.
Faço da poesia o meu grito de revolta
escrevo a minha presença no mundo
rasgo-me em pedaços de sentido
dou-me retalhado mas compreensível.
Assim deixo ao mundo o meu legado
herança maior do que a que me foi deixada
tudo isto partilho e vos deixo
sem testamento ou últimas vontades.

IN... AMADOR DO VERSO - EMANUEL LOMELINO - TEMAS ORIGINAIS

sábado, 6 de novembro de 2010

Diz-me

Olhaste-me bem fundo nos olhos
viste a transparência da minha alma
e ficaste a saber a verdade que ocultei.
Foste mais além na forma de ver
desnudaste os meus pensamentos
e descobriste o que nunca te disse.
Vislumbraste o amor que sinto
e finalmente percebeste a minha dor
causadora de tanto sofrimento.
Vasculhaste os meus segredos
ficaste a saber porque me silenciei
e as razões da minha partida.
Agora, acossado pela dúvida do que afirmo
peço apenas que me digas uma palavra
diz-me simplesmente uma palavra
diz-me que sabes que te amo.