sábado, 27 de fevereiro de 2010

Quero*

Quero fazer amor contigo agora
Em ti eu preciso me envolver
Para aplacar este meu querer
Sinto urgência pela demora
Vem ficar aqui a meu lado
Neste leito onde estou deitado
Vem até mim, este que te adora

Quero-te perto de mim e beijar-te
Perfumar-me com o teu suave odor
Sentir nos lábios o teu doce sabor
Ver o teu corpo como forma de arte
Escrever em ti todos os meus poemas
Livrar-me destes funestos dilemas
E da infelicidade, poder libertar-te

Quero sentir o corpo que me cativa
Acariciá-lo até à extrema exaustão
Sentir em ti a premente combustão
Que suavizarei com a minha saliva
Quero adivinhar em ti a fervura
Levar-te-ei sem tréguas à loucura
É essa a condição que me motiva

Quero, o teu corpo, poder sentir
Neste meu corpo pleno de desejo
Em teu regaço depositar um beijo
E se me deixares, poder repetir
Quero fazer em ti todas as delícias
Inundar-te com as minhas carícias
E voltar a ver o teu rosto sorrir

Quero beijar-te de pólo a pólo
Vou amimar esse corpo inteiro
Serei o teu amante, o teu parceiro
Juntos poderemos perder o controlo
Não daremos conta dos segundos
Estaremos ausentes noutros mundos
Do universo seremos núcleo, miolo

Quero que te envolvas em mim
Sentir-te aninhada no meu peito
Dar-te o prazer a que tens direito
E deixar-te perpetuamente assim
Fazer amor contigo ao sabor do vento
Prolongar no tempo esse momento
Esperando que ele não chegue ao fim

Quero sentir de ti, todo o teu calor
Poder envolver-me em teus braços
Superar todos os receios, embaraços
Sem o estorvo de tabus, sem pudor
Quero entrar em ti com delicadeza
Desfrutar desse momento de beleza
Quero, contigo, poder fazer amor

Quero ouvir da tua boca um gemido
Ver acelerar o ritmo da tua respiração
Sentir na pele a nossa transpiração
Fruto desse acto, por ambos consentido
Só assim concebo haver algum nexo
Em unir os nossos corpos pelo sexo
E sentir o prazer por ambos merecido

Quero sentir em ti todo o prazer
Que sentem dois corpos unidos
Perder, por ti, todos os sentidos
E o momento não poder descrever
Quero o teu corpo de lés a lés
Ondular em ti ao sabor das marés
E quando acabar, voltar a fazer

Quero fazer amor contigo, mulher
Chamar-te amor, doce e querida
Voltar outra vez ao ponto de partida
É a ti que este meu corpo quer
Ter-te em meus braços é urgente
Digo aquilo que me vai na mente
E sempre direi o que ela quiser

Quero sussurrar nos teus ouvidos
E levar-te quase à inconsciência
Conseguir ver-te em transparência
Quando estiveres a perder os sentidos
Salvar-te da insanidade por um triz
Deixar no teu rosto um sorriso feliz
Ao libertarmos os nossos fluídos

Quero-te a meu lado, na minha cama
Nestes lençois quero a tua nudez
Poder amar-te uma e outra vez
Pois, por ti meu corpo reclama
Espero por ti, envolto em ansiedade
Quero dar-te pedaços de felicidade
É por ti que este poema chama

* Poema extraído do meu livro "AMADOR DO VERSO"

Quem quiser ver as fotos e as reportagens do lançamento clique aqui ou no link que está no topo do blogue.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Luta de poeta*

Sozinho no meu canto
que não é secreto
liberto o meu pranto
e também me liberto
Dou asas ao sentir
e sinto-me em paz
do pranto vou emergir
e voltar a ser audaz
De mim próprio sou réu
sem ter culpa formada
escapar-me-ei do breu
iniciarei nova jornada
Lutarei contra o mundo
num combate final
nem novo golpe profundo
me poderá fazer mal
Mesmo com nova cicatriz
não sairei magoado
sou como o destino quis
pela vida fui marcado
Já sarei muitas feridas
recebi imensas facadas
que nas costas recebidas
são pequenos nadas
Uma vida em aprendizagem
aprender até morrer
viver a vida com coragem
é sinal de saber viver
Da luta não vou fugir
nem tão pouco recuar
da adversidade vou rir
contra o medo vou lutar
Neste combate individual
não há nenhum aliado
nem vejo um só sinal
de estar acompanhado
Nada correrá para o torto
pois em mim tenho fé
mesmo que acabe morto
saberei morrer de pé

* poema extraído do meu livro AMADOR DO VERSO

QUEM QUISER VER AS FOTOS DA APRESENTAÇÂO E AS REPORTAGENS DA MESMA CLICK AQUI OU NO LINK QUE ESTÁ NO TOPO DO BLOGUE.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Solidariedade lusa

Ouve-se a voz ríspida da natureza
um ralhar acompanhado de pranto
descem mil trevas sobre o encanto
ignorando se é uma ilha de beleza

Força provida de uma fatal dureza
nos humanos causa vasto espanto
então o desespero aparece e é tanto
nos rostos nada mais há que tristeza

No meio de tanta angústia e aflição
num caos instalado de ignota lama
ouve-se lamentar a sorte madrasta

O povo luso em uníssono dá a mão
vai solidário acudir quem o chama
na hora difícil o povo não se afasta

Poema dedicado a todos os habitantes da ilha da Madeira, que estão a viver momentos difíceis e de tragédia.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Recomeço

E porque esta vida não pode parar
volta-se ao início para recomeçar
volta-se novamente à estaca zero
o que escrevi abdicou de ser meu
com os outros poetas já aconteceu
e ser como os poetas é o que quero

Uma etapa findou, outra já aí vem
é o ciclo da vida que cada um tem
o difícil já foi, por mim, alcançado
agora, é outra a responsabilidade
reclama-se de mim a continuidade
e poesia como a que tenho criado

Já não sou estranho a este mundo
existe um conhecimento profundo
daquilo que sou, do que posso dar
já não passo, no mundo, indiferente
apesar de ser como toda esta gente
que procura, ao Sol, ter o seu lugar

O melhor é esquecer o que alcancei
fazer o que gosto, o melhor que sei
tudo o resto virá de forma natural
continuar a ser eu é o que prometo
ao envaidecimento não me remeto
serei amador do verso até ao final

Um fim de tarde frio

Um sonho que se transforma em realidade
um objectivo que me enche de felicidade
um par de horas de muito boa disposição
uma bela plateia que vem ver a novidade
prestigiando este autor pejado de vaidade
momento faustoso om alguma comoção

Um fim de tarde frio que rápido aqueceu
uma assistência que este poeta conheceu
e me viu tal qual eu sempre me apresento
vieram muitos, mas alguém se esqueceu
a preferência a outros espectáculos deu
mas em verdade digo que não o lamento

Aos que vieram declaro a minha simpatia
a vossa presença impregnou-me de alegria
jamais esquecerei quem assim me honrou
vieram por mim, levaram a minha poesia
que eu tinha amigos, já há muito o sabia
mas por via das dúvidas, ontem se provou

Por terem estado bem perto, ao meu lado
num dia especial e repleto de significado
neste momento tão importante para mim
a todos deixo o agradecimento, obrigado
p'la vossa amizade eu sinto-me abençoado
quero no futuro ter mais momentos assim

Dedico este poema a todos os familiares, amigos e amigas, amigos da familia e amigos dos amigos que resolveram partilhar comigo este meu momento de realização especial. 

Quem quiser saber como correu esta sessão de lançamento do AMADOR DO VERSO pode ler as minhas crónicas clicando aqui.  As fotos do evento só estarão disponíveis na próxima semana. 

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Poema que nasce * - CENTÉSIMO POEMA PUBLICADO NESTE BLOGUE

O poema nasce, eu nada posso fazer
palavras simples, que o tempo urge
nada mais resta, tenho de escrever
em papel mais este poema que surge

A caneta dá um corpo à minha poesia
que brota de uma fonte inesgotável
bela forma de começar um novo dia
haverá outro modo mais agradável?

Desperto com a mente em turbilhão
começo a ortografar logo em jejum
assim me é ordenado pela inspiração

As palavras esbarram nas suas rimas
obstáculos, nunca vislumbro nenhum
além ficam os epítetos "obras primas"

* este é um dos poemas que compõe o meu primeiro livro AMADOR DO VERSO e que foi lido na apresenteação pelo poeta ANTÓNIO BOAVIDA PINHEIRO 

A TODOS OS QUE ESTIVERAM PRESENTES O MEU OBRIGADO.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Quando...

Quando a tristeza abraça a tua vida
e nada mais vês além de escombros
pensa que aqui encontrarás guarida
no aconchego destes meus ombros

Quando o mundo parece desmoronar
e dificilmente encontras uma saída
pensa no amigo que te pode amparar
sem exigir de ti uma só contrapartida

Quando tudo se assemelha a desgosto
e só pensas no pior, só queres desistir
lembra-te de limpar o teu belo rosto
há aqui alguém que te quer ver sorrir

Quando a vida é um grande embaraço
e o calor do dia dificilmente te aquece
basta dares um sinal, terás um abraço
deste teu amigo que nunca te esquece

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Dia D

Que calma é esta que se instalou
não sinto uma ponta de ansiedade
estou tranquilo, essa é a verdade
a serenidade veio e em mim ficou

Sempre pensei que seria diferente
bem mais nervosa a minha reacção
sem euforias, digo: Estou contente!
mas plácido, sem grande apreensão

Até parece que já sou um veterano
habituado a viver estas andanças
centro das atenções, primeiro plano

O que pensar disto não sei ao certo
e de o saber não tenho esperanças
quanto ao dia D, já está tão perto!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Um toque

Um toque de pele, toque fortuito
meu corpo estremeceu de arrepio
aqueci e entrei em curto circuito
algo que este corpo nunca sentiu

Um toque acidental foi o bastante
para minh'alma avistar a verdade
acompanhar o coração palpitante
batida frenética, que intensidade!

Consciência despertada p'lo toque
um sentimento grandioso, mágico
corpo e mente logo aprisionados

Um homem em estado de choque
momento que se revelaria trágico
coração desfeito em mil bocados

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mãos à obra

Início de ano, novas intenções
depois do balanço, projecções
ano para novas metas alcançar
mãos à obra que já se faz tarde
enquanto o estímulo 'inda arde
para o entusiasmo não s'apagar

Entremos desde logo em acção
lapiseiras em riste e inspiração
libertem esses génios criadores
vamos dar poemas ao ano novo
emitir na poesia a voz do povo
sendo escrutinados p'los leitores

Façamos odes aos sentimentos
alegremos p'los padecimentos
pintemos com letras as alegrias
criemos mundos da nossa lavra
dando uma vida a cada palavra
exultemos pelas nossas poesias