sexta-feira, 30 de abril de 2010
Outono distante
Estando eu a desfrutar da Primavera
não nego que no outro lado da esfera
existe alguém a viver noutra estação
é o ciclo da vida, manda a Natureza
até o Outono despido tem sua beleza
e cada Inverno simetriza o seu Verão
Estando aqui a sentir o odor das flores
embriago o meu olhar com mil cores
animado, fico longe do vil abandono
noutra latitude há quem siga o vento
e, nostálgico, veja estrelas ao relento
numa noite calma e serena de Outono
Enquanto aqui as abelhas se regalam
e os rouxinóis dificilmente se calam
sob um céu azul aceso pelo Astro-rei
num outro lugar deste mundo imenso
mas no mesmo mundo a que pertenço
labutam formigas seguindo a sua lei
Nestes dias maiores e pejados de luz
há uma atmosfera saudável que seduz
e nos liberta das tristezas do passado
noutros espaços, ligeiros são os dias
mas também florescem mil empatias
porque Outono tem muito significado
Aqui estreiam infinitos novos namoros
mil beijos são trocados como tesouros
antecipam-se alguns amores de Estio
noutras paragens há afectos findados
outros ainda resistem e são blindados
com o calor da paixão, cortesia do frio
Apesar de respirar outra estação do ano
posso dizer com certeza e sem engano
que todas têm o seu charme e encanto
a Natureza é uma força esplendorosa
no seu saber demonstra ser prodigosa
e a cada estação enche-nos de espanto
Agora o Outono está-me algo distante
mas quando vier, recebê-lo-ei radiante
como o noivo espera a noiva no altar
mas neste momento apenas o namoro
e sussurro-lhe baixinho: Eu te adoro!
a seu tempo viremos a nos encontrar.
Este poema é a minha contribuição ao convite/desafio que me foi feito pelo blogue ESPAÇO ABERTO
sábado, 24 de abril de 2010
Passo a passo
Passo a passo assim vou caminhando
busco dar somente os passos seguros
tento ser feliz por onde vou passando
Passo a passo fujo dos trilhos escuros
mas nem sempre é fácil os passos dar
lutando contra cursos pedregosos, duros
Passo a passo eu continuo a caminhar
sem saber por onde o destino me leva
mesmo assim, por ele, deixo-me levar
Passo a passo a minha ânsia se eleva
a patamares nunca antes alcançados
e não sei se estou a ir para onde deva
Passo a passo muitos passos são dados
e nesses passos passo a vida pensando
menos nos passos futuros que passados
Quero agradecer a todos os amigos e amigas que me têm enviado mails a questionar sobre o meu estado de saúde após a cirurgia a que fui submetido. Obrigado pelo vosso carinho.
domingo, 18 de abril de 2010
Vínculo
Sem ser poeta, sou aquele que acredita
que p'los meus poemas alguém medita
sem modéstia, tenho algo a acrescentar
mesmo que agora ainda não se reflicta
por recentemente ter entrado em compita
sei que pela poesia encontrarei um lugar
Tento agarrar-me a certezas, sem desnorte
com passos seguros tento ficar mais forte
as minhas metas poderei assim alcançar
a perseverança é o meu amuleto da sorte
com o desleixo farei um umbilical corte
pois agora que entrei quero por aqui ficar
Continuo assim a fazer a minha poesia
sem génio nem feitiços prossigo a magia
por, nas minhas verdades, ainda acreditar
mesmo se as palavras roçarem a fantasia
e num ápice alguém me acusar de heresia
da poesia, jamais me poderão desvincular
que p'los meus poemas alguém medita
sem modéstia, tenho algo a acrescentar
mesmo que agora ainda não se reflicta
por recentemente ter entrado em compita
sei que pela poesia encontrarei um lugar
Tento agarrar-me a certezas, sem desnorte
com passos seguros tento ficar mais forte
as minhas metas poderei assim alcançar
a perseverança é o meu amuleto da sorte
com o desleixo farei um umbilical corte
pois agora que entrei quero por aqui ficar
Continuo assim a fazer a minha poesia
sem génio nem feitiços prossigo a magia
por, nas minhas verdades, ainda acreditar
mesmo se as palavras roçarem a fantasia
e num ápice alguém me acusar de heresia
da poesia, jamais me poderão desvincular
terça-feira, 13 de abril de 2010
Anjo meu
Fecha os olhos
imagina aquela praia de areia branca
o céu azul, a tua tonalidade.
Estende a mão
sente a minha que a prende.
Vem, vamos caminhar lado a lado
deixa que a brisa beije o teu rosto
te enfune o cabelo.
Juntos de mão dada
eu e tu
vamos, passo a passo,
pisar a areia fina
e sentir a suavidade de cada grão.
Por cada passo dado
deixa cair de ti uma gota de amargura
deixa que a areia absorva a tua tristeza
liberta-te desses medos
exorta os teus fantasmas.
Se te sentires insegura
aperta a minha mão.
Vem, senta-te aqui comigo
sente a maresia
o cheiro do mar que te quer alcançar
escuta as ondas que se vêm prostrar a teus pés.
Sei que gostas do som da rebentação
ouve como riem as ondas
que vêm brincar na areia
são ondas felizes
deixa que te contagiem.
Agora abre os olhos
não me vês
mas tens a mão apertada
confusa não entendes o que se passou
mas é simples de entender
não me vês
nunca me verás
mas estarei sempre a teu lado.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Confiança*
Para em alguém eu poder confiar
Em mim tenho de ter confiança
Só assim poderei no mundo acreditar
E saber que ainda há esperança
E porque em mim próprio acredito
No mundo posso e devo confiar
Sobre a confiança muito foi dito
E muito há ainda para se falar
Confiar não é fechar os olhos e cair
Saber que alguém nos vai amparar
A confiança está bem mais no sentir
Que em nós alguém está a acreditar
A confiança não existe sem existir crer
Confiança é um simples modo de vida
Sem confiança não se sabe de todo viver
Confiar é mais uma unidade de medida
* Poema extraído do meu livro AMADOR DO VERSO
Em mim tenho de ter confiança
Só assim poderei no mundo acreditar
E saber que ainda há esperança
E porque em mim próprio acredito
No mundo posso e devo confiar
Sobre a confiança muito foi dito
E muito há ainda para se falar
Confiar não é fechar os olhos e cair
Saber que alguém nos vai amparar
A confiança está bem mais no sentir
Que em nós alguém está a acreditar
A confiança não existe sem existir crer
Confiança é um simples modo de vida
Sem confiança não se sabe de todo viver
Confiar é mais uma unidade de medida
* Poema extraído do meu livro AMADOR DO VERSO
domingo, 11 de abril de 2010
Os poemas que te escrevi
Já não sei o que te escrevi
já perdi a conta aos poemas
já não sei onde andam os poemas
que te tenho escrito.
Já te escrevo há uma eternidade
já perdi a noção do tempo
já perdi imensos poemas
poemas que escrevi para ti.
Não sou poeta das letras
muito menos das frases
mas escrevo-te estes poemas
que se perdem no tempo
e que tu nunca vais ler.
Quantos poemas te escrevi?
Não tenho nem ideia
mas foram muitos
mais do que a conta.
Onde estão os poemas que te escrevi?
Não sei
e duvido que alguém saiba.
Posso vir a encontrar alguns
não encontrarei todos.
Posso nem saber dos poemas que escrevi
porque já te escrevo há muito tempo
demasiado tempo
foi tempo perdido?
Não creio.
Tudo o que te escrevi
e não encontro
foi sentido
foi escrito por amor
foi escrito com amor
foi perdido por amor.
domingo, 4 de abril de 2010
Amor eterno
És imagem bem viva e nítida
nesta minha memória
não te consigo esquecer
não te quero esquecer.
Mil episódios eu me lembro
onde és figura de proa
e me volto a ver
como homem apaixonado.
Lembro-me de momentos passados
revivo conversas que tivemos
saio de mim
e assisto às nossas confidências.
Vejo o que talvez tenhas visto
ou não te apercebeste
vejo diante de ti
um homem apaixonado
com um olhar brilhante
onde a tua beleza se reflecte
vejo um homem calado
mas com vontade de dizer
alto e bom som
que te ama
como nunca amou ninguém.
Vejo o frémito invisível
que lhe percorre o corpo
sempre que está na tua presença.
O mesmo frémito invisível
que agora percorre o meu corpo
só de pensar em ti.
O tempo passa indiferente
não se perturba com o que sinto
o tempo passa
mas o amor permanece
por ser eterno.
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