Oiço toda a gente a queixar-se da vida, a contestar o aumento disto e aquilo, a alardear falta de tempo e de oportunidades, a apontar o dedo às elites e aos estranhos, mas nunca admitir a culpa por ter ficado estagnada e pouco fazer, além de se opor ao mundo em causas banais, para mudar o rumo da própria vida.
Escuto os discursos patéticos, antitudo e mais alguma coisa, de pessoas que “educam” os filhos à base de consumismo, colocando-os entretidos em frente de telas, entregues à sua sorte e vontade, enquanto, os progenitores, gastam a sua falta de tempo e oportunidades a acompanhar “reality shows” e a ambicionar a vida glamorosa dos “nascidos com o cu para a lua”.
Sinceramente, já não acredito que o rumo seja revertido. Neste espaço-tempo em que estou, erradamente, inserido, vejo uma sociedade em cacos, com os valores morais invertidos e a contribuir para que as novas gerações nada mais tenham do que cabeças ocas e dependência em fármacos psicadélicos.
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