Neste tempo, em que a ignorância ocupa quase todo o espaço das mentes, os “moicanos” são aqueles que buscam conhecimento.
Em muitos, esta fome de saber revela-se insaciável. Torna-se uma obsessão tão imprescindível quanto o acto de respirar.
E agora que escrevo estas linhas, que tinham o propósito de enfatizar a importância de todo e qualquer saber, independentemente da utilidade prática, ou ausência dela, fixei-me no substantivo “obsessão” e sinto necessidade de dissertar sobre ele, tendo em conta que é usado como depreciativo quando se refere a alguém com uma ideia fixa ou comportamentos repetidos.
Dentro do universo dos “livroólicos”, onde se incluem os “moicanos” referidos no primeiro parágrafo, a obsessão manifesta-se quando o número de livros adquiridos está acima das reais possibilidades de leitura.
No entanto, para efeitos deste texto, a questão deve ser observada num outro prisma: por conta da ignorância global, todo e qualquer ser que declare o seu entusiasmo pela leitura e o coloque em prática – adquirindo livros (mesmo de forma, digamos, moderada) – é adjectivado como obcecado.
Posto isto, não tenho outra alternativa que não passe por confessar-me, orgulhosamente, um viciado em livros, impulsionado pela minha obsessão de conhecimento.
Quanto à questão da utilidade do saber… bem, essa fica para outro texto.
Sem comentários:
Enviar um comentário