quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Feliz ano novo

Fecha-se um ano cansado
Entra um novinho em folha
Lamentamos o ano passado
Inquirimos a nossa escolha
Zelamos p'lo futuro melhorado

Ansiamos o ano que lá vem
Nova é a nossa esperança
O medo do futuro não convém

Novo ciclo que se apresenta
Outra oportunidade de raiz
Veremos se a sorte aumenta
O mundo merece ser feliz

A todos os que por aqui têm passado e deixado os seus comentários, desejo um ano cheio de AMOR, PAZ, SAÚDE e muita POESIA para alegrar o espírito.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Soneto do imigrante

Com suas trouxas numa mala de mão
a saudade estampada no peito
busca ser feliz, tem esse direito
parte para bem longe com ilusão

Noutro solo a fala é confusão
tenta entender-se de qualquer jeito
mas estando no conforto do leito
chora amargamente de solidão

Trabalha numa terra estrangeira
de Sol a Sol vai fazendo p'la vida
respirando o ar da estrumeira

A pensar na sua família querida
luta com muita garra costumeira
vida de imigrante é sofrida

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Thank you for reading my poetry

Não sei se valho toda esta atenção
alguém me lê desde outra nação
assiste à poesia que aqui escrevo
sabê-lo, gerou em mim admiração
então logo pensei: E por que não?
dedicar este poema eu me atrevo

Não sei quem é, será poeta talvez
pode até ser imigrante português
que nas Américas arrisca a sorte
tu que desde o Arkansas me lês
comenta-me pelo menos uma vez
diz-me se és do sul ou do norte

Obrigado pela constante presença
só a passagem já faz a diferença
volta mais vezes, habitual freguês
esta poesia de hoje dedico-a a ti
thank you for reading my poetry
e comenta-me, perde essa timidez

domingo, 27 de dezembro de 2009

Nossas almas - c/ Célia Modesto

Nossas almas não reconhecem
o Oceano que nos separa
estão ligadas por laços
de amor e amizade

Se conhecem, se reparam, se comunicam
na linguagem do coração
através dos versos que fazemos

Somos muito parecidos
na maneira de pensar
sentimos as mesmas dores
sofremos por nossos amores
e buscamos pela felicidade
sem sabermos ainda
onde ela está

Tua alma encontrou a minha
minha alma encontrou a tua
e não vão mais se separar.

Dois espíritos libertos
de alma solta e arredia
descomplexados e leais
com uma paixão em comum

Deixam de lado inibições
libertam o génio da criatividade
para apagar as amarguras do coração

Apesar da distância fisica
o mesmo modo de ver o mundo
sofrimentos paralelos
solidariedade nas palavras
as mesmas ânsias e temores
desejos de felicidade
que ambos merecemos

Nossas almas são poetas.
Que o tempo não separe
o que a poesia juntou

Este poema é uma parceria com a minha amiga Célia Modesto cuja poesia tem um grau de sentimentalismo que muito me agrada. Quem ainda não conhece esta especialista em HAIKAI pode seguir este link

sábado, 26 de dezembro de 2009

Voz da amizade

Escuto a voz que o vento traz
oiço o cantar da bela cotovia
chilrear meigo, com melodia
que aos ouvidos muito apraz

Distingui-la ainda sou capaz
oiço com a alma em euforia
chilreios prenhes de alegria
que os meus ouvidos satisfaz

São sussurros de uma amizade
vêm do outro lado do mundo
nas asas d'um afecto inocente

Acirram esta minha felicidade
atingem-me o íntimo profundo
coroam meu coração diligente

Quero dedicar este soneto à minha querida amiga Maria Bózoli que tanto me tem acarinhado desde a minha chegada ao blogspot. Para você um beijo do tamanho do Oceano que nos separa



quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Carta ao Pai Natal

Mais uma vez te escrevo, Pai Natal
tu tens uma cunha no céu celestial
nada peço que não possas conceder
como sempre, apenas rogo alegria
paz, amor e fraternidade a cada dia
e saúde para continuarmos a viver

Sei que os meus pedidos são pesados
e tu tens esses teus braços cansados
mas vê lá o que podes fazer por nós
não exijo aqueles presentes materiais
sabes que esses não me são essenciais
como não foram para os meus avós

Sei que vais tentar oferecer-me isso
mas não assumas já o compromisso
talvez esteja a pedir-te em demasia
como alternativa, então eu te peço
que não carregues pesos em excesso
dá-me apenas dois livros de poesia

Desejo a todos os amigos e amigas que por aqui têm passado e comentado, um santo e feliz Natal com os melhores presentes de todos; AMOR, PAZ, FRATERNIDADE e muita SAÚDE.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Neste mundo

Neste mundo virado ao contrário
já ninguém consegue ser solidário
temo mesmo que ninguém quer ser
cada um trilha o seu rumo solitário
com os pensamentos no numerário
objectivo comum, apenas enriquecer


Neste mundo sem frente nem avesso
o homem é um ser ignóbil e travesso
solidariedade só se for sem querer
todos exigem porque: -Eu mereço!
por esta vontade, tudo tem um preço
hoje apenas o dinheiro exerce poder


Neste mundo só o dinheiro é realce
em sã consciência digam-me lá se
não é novidade o que estou a dizer
nem existe quem negue ou disfarce
se hoje este vil metal não mandasse
poucos seriam os que saberiam viver

domingo, 20 de dezembro de 2009

Soneto erótico

Desde que nenhum deles se imponha
um relacionamento é pura diversão
haja criatividade no acto de paixão
quer ela nele, quer ele nela se ponha

Ninguém nega um desejo que sonha
todos querem viver a perfeita relação
onde possam perder toda a inibição
e de corpo nu perder toda a vergonha

Contorcionismo, corpos entrelaçados
abraços e carícias, toques desinibidos
frenesim em acto de absoluta magia

Kamasutra explorado, corpos suados
violência de odores e bravios gemidos
sexo descomplexado, virtuosa poesia

sábado, 19 de dezembro de 2009

Poetisa paixão - c/ Breizh da Viken

Tu, poetisa de excelso sentimento
transformas palavras em sedução
lubrificas as mentes enferrujadas
com a tua poesia de sensualidade
sem barreiras nem tabus.
Teus poemas são toques de pele
frémitos de vontade e desejo
elixir de ânsias reprimidas
sussurros gritados com alma.
A tua poesia é ensejo do sentir
aclamação de sonhos urgentes
confidências de vozes silenciosas.
Tuas palavras são paixão voraz
fome de intimidade feroz
no conforto do leito da inspiração.
Tu poetisa... és grande.
Gosto de foliar com as palavras
delas componho conversas, divago
nelas construo sonhos, navego.
Sou epicentro de terramotos linguísticos.
Anseio conceber vulcões literários
gosto do toque da emoção... dos arrepios de ler.
Desnudo-me nas letras dos meus escritos
anseio por dar vida aos poemas, um coração.
Escrevo poemas... dou-lhes pulsação
sou na poesia... paixão.

Este poema é uma parceria com a minha amiga Breizh, uma tremenda poetisa cujos poemas encantam pela beleza, pela originalidade e talento.
Quem ainda não a conhece pode visitá-la seguindo este link

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Procuro

Procuro nas palavras amarrotadas
a significância de pequenos nadas
que povoam a minha insanidade
quero as minhas acções explicadas
nas palavras que foram rasuradas
nas entrelinhas busco uma verdade

Junto pedaços de páginas rasgadas
leio palavras ufanas e desgraçadas
que me ocultam a bendita felicidade
esquadrinho as poesias abençoadas
tentando aprender origens sagradas
e libertar-me desta hostil orfandade

Ajeito poemas com letras plagiadas
alinho ideias há muito desalinhadas
sem lhes obter a melhor visibilidade
escrevo com tintas foscas, desbotadas
frases incoerentes, apenas embaçadas
faço-o por mero prazer e necessidade

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Aprendiz de poeta

A poesia corre em mim como um rio
e eu navego agarrado às suas crinas
fazer poemas protege-me deste frio
e o calor que emana, não o imaginas

Tento fazer o melhor com algum brio
és tu Sol que me aqueces e iluminas
és perpetuo na minha escrita de estio
e tu Lua por que razão me incriminas

Faço da poesia um lugar de salvação
onde encontro a paz em porto seguro
tentando afastar de mim esta solidão

Não sei o que posso esperar do futuro
logo aguento os pés assentes no chão
sei que sou aprendiz de poeta imaturo

domingo, 13 de dezembro de 2009

Fotografia

Sempre esquivei de ser fotografado
para a posterioridade ficar gravado
a minha imagem tentei preservar
evitei ser mero boneco em película
com receio de fazer figura ridícula
só aparecia se não pudesse evitar

Com o tempo deixei de me esconder
que mal traz ao mundo se aparecer?
que importância tem uma fotografia?
é apenas a imagem daquilo que sou
sei de retratos que alguém fotografou
e entre outros, eu também aparecia

Eis que aparecem fotos de um evento
houve quem eternizasse esse momento
lá apareço eu mesmo sendo figurante
apanhado numa conversa agradável
vejo-me com um ar muito saudável
mesmo secundário pareço importante

E essas fotos trazem boas recordações
encontro de amigos, grandes emoções
muita conversa alegre sobre poesia
momentos que ficarão para a história
e eternamente guardarei na memória
sem precisar de voltar a ver a fotografia

sábado, 12 de dezembro de 2009

Vontades dos Deuses

Se os Deuses me permitissem a ousadia
daria ao mundo um poema derradeiro
encerrava nele toda a beleza da poesia
e a mensagem correria o mundo inteiro

Se os Deuses me deixassem ser poeta
escreveria mil versos de eterna paixão
comporia um longo discurso de profeta
que o mundo declamaria como oração

Se os Deuses estivessem do meu lado
e soprassem os versos que mais amo
os meus poemas seriam o meu legado

Se os Deuses preferissem um aprendiz
de mim sairiam os poemas que clamo
e o mundo só poderia mesmo ser feliz

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Minha génese

Foste, és e serás sempre a minha paixão
mulher guerreira, em vias de extinção
nunca na vida conheci ninguém igual
és a génese de tudo o que agora sou
foste a mestra que sempre me ensinou
contigo aprendi a ser alguém especial

Foram muitas as agruras que a vida deu
não cedeste, teu ânimo não esmoreceu
ainda hoje vais à luta, não viras a cara
nunca vi no teu rosto sinal de teres medo
se algum dia tiveste, guardaste segredo
és tenaz, lutadora e todo o mundo repara

Jamais ouvi da tua boca um queixume
és combustão, labareda de outro lume
sempre pronta para a tristeza combater
com esse olhar cheio de determinação
estiveste sempre disposta a dar a mão
és amor, que melhor mãe poderia eu ter

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Poema de amigo

Como me orgulho de gritar ao mundo
o que meu coração sente e a alma exalta
faço compasso de espera e respiro fundo
tendo-te por amigo, nada mais me faz falta

Sou feliz desde a hora em que te conheci
sou mais rico pela tua constante presença
em ti, algo de maravilhoso, eu descobri
esse teu modo singular marca a diferença

Sei que posso contar contigo na desgraça
a reciprocidade também existe deste lado
nem só nas horas boas foste comparsa
também estiveste no instante complicado

Em teus braços encontro porto de abrigo
dás-me a necessária segurança de aço
estou abençoado por te ter como amigo
e desta linda amizade eu não me desfaço

Ainda que na segunda pessoa eu insista
este poema não é para ninguém particular
a quem servir esta pele, então que a vista
o poema é para quem assim se identificar

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Guerreira

Quando chegares ao fim da tua cruzada
faz por pensar em mim e em mais nada
imagina o meu sorriso pelo teu sucesso
afasta de ti tudo o que te deixa magoada
protege bem a vida que te foi destinada
vive um dia de cada vez, sem excesso

Quando te sentires sozinha ou desertada
não tenhas pena, não foste abandonada
tens amigos no mundo que zelam por ti
pensa que neste instante és uma felizarda
por estares, profissionalmente, realizada
diz em voz alta: Foi por isto que me bati!

E se a saudade aparecer de madrugada
fecha-lhe a porta, recusa-lhe a entrada
medita nos bons momentos da tua vida
verás que esta fase nem é complicada
para os obstáculos, estás bem preparada
e eu sei que és uma guerreira destemida

sábado, 5 de dezembro de 2009

Mulher coragem

Rituais penosos que revoltam
os gritos mudos que se soltam
ai! Este silêncio ensurdecedor
sonhos de felicidade roubados
princípios morais adulterados
sem vergonha do perpetuador

Sentimentos apenas explicados
por quem viveu maus bocados
sem ombro qu'aceite a verdade
medos que só os medos exortam
medos gastos que ainda voltam
provocando medos de ansiedade

Palavras nefastas que degolam
são como fogo lento e imolam
pura vileza, acto de sabotagem
medos eternos à alma colados
numa voz sem medo, revelados
grito d'alerta, mulher coragem


Este poema é dedicado à escritora ANTÓNIA SERAFIM, uma mulher coragem.