sexta-feira, 29 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 167 - Emanuel Lomelino

No conforto almofadado da minha trincheira de estudo e criação, deixo-me bombardear pelas ogivas de palavras dos pensadores de outrora.

Agasalho-me nas frases mais eloquentes e solto a esquizofrenia que me assiste, em diálogos mudos com todos eles – um por vez – até que a comichão me nasça nos dedos para que a coce numa folha de papel ou no ecrã do computador, como quem expõe um trauma de guerra.

Na maioria das vezes tudo ganha forma através de um conceito elaborado ou de uma ideia esparsa, mas com a força vulcânica de uma conversa interessante. Contudo, em alguns momentos, basta uma simples palavra para que surja um texto, sem outro propósito além da utilização dessa mesma palavra.

Depois entra em acção este meu lado de cientista experimentalista – a esquizofrenia sempre presente – para explorar diferentes abordagens e observar a aplicabilidade do termo em contextos distintos, nos quais, por norma, não caberia. Como neste texto que, sendo apenas um dos muitos exercícios de escrita que me proponho, é uma cócega nascida de uma conversa com Freud sobre os traumas que as trincheiras deixaram em muitos dos que por lá passaram.

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