quarta-feira, 27 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 156 - Emanuel Lomelino

Como tantas outras vezes, iniciei a jornada sem destino premeditado – de peito aberto, ao sabor da despreocupação e empurrado pela brisa de cada dia.

Mas, ao contrário de outras caminhadas, decidi arregaçar as mangas, debastar os matagais mais densos, retirar, à força de músculos, os basálticos obstáculos, sem recuar nos inúmeros momentos em que alguns estilhaços, mais afiados do que cutelo de talhante, rasgavam a pele.

Hoje, avaliando as viagens, vejo que todas elas, independentemente do meu grau de resiliência e sacrifício, apenas me fizeram gastar as solas e voltar à estaca zero. Desta vez sem possibilidade de recauchutar os sapatos.

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