quinta-feira, 21 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 124 - Emanuel Lomelino

Não sei dizer se o obscurantismo das letras actuais é passageiro, como um fenómeno ondulante que se desintegrará nas areias do tempo, ou se, pelo contrário, é uma prática lúcida com desejo de tornar-se uma rotina permanente.

Para onde se olha, e até onde a vista alcança, pouco se vislumbra para além de penumbra. As palavras vestem-se de breu como se alguém, de forma consciente e deliberada, quisesse ofuscar o brilho das narrativas, fazendo imperar as definições mais negras de um qualquer dicionário apocalíptico.

Queiram os deuses que seja apenas uma tendência esporádica de protagonismo, sem ambições ditatoriais nem cobiça déspota.

Seja como for, este culto incessante de idolatria ao expressionismo sombrio faz-me indagar: Existem assim tantos adoradores de Nix?

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