sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O voo do falcão

Nasci em ninho tosco
de galhos e gravetos mal entrançados
fui cria de pássaro solitário
a lei da sobrevivência foi a minha bíblia.
De perigos e devaneios escapei
ganhei asas, aprendi a voar
fortaleci-me na escassez
transformei-me em falcão.
Grandes foram os meus voos
em território hostil mas conhecido
persegui presas, fugi de caçadores
sobrevivi.
Planei ao sabor da brisa
mas também voei contra o vento
fiz uso do meu instinto animal
amadureci antes de ser dono dos céus.
Fui um entre muitos
a união faz a força
no número encontrei a segurança
mesmo sendo senhor de mim.
Tive vários parceiros de voo
houve gozo, nunca plenitude
a ave que desejei voava bem mais alto
longe do meu alcance
fora da minha jurisdição.
Ainda tentei acompanhar seu voo
mas invadiu-me a vertigem cobarde
e a distância foi-se alargando
mudei meu rumo, procurei alternativa.
Rasguei os céus em voo solitário
tentando encontrar complementaridade
nenhuma outra ave cruzou o meu espaço aéreo.
Cansado de voar em círculos
pousei, esperei, ansiei.
Tive vontade de voltar a voar
desejei voltar a ter companhia nos céus
mas já não fui capaz de sair deste solo.
Estou a perder as asas
acho que estou a desaprender
acho que já não sei voar.

3 comentários:

  1. linda postagem Manu!

    Tive vontade de voltar a voar
    desejei voltar a ter companhia nos céus
    mas já não fui capaz de sair deste solo.
    Estou a perder as asas
    acho que estou a desaprender
    acho que já não sei voar.


    lindo...lindo...

    Bom FDS_____Beijos meus!

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  2. Luta...amigo! Luta...


    beijo

    A tua poesia continua sempre Superbe!

    Breizh

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  3. Quem já voou uma vez, sempre vai saber, amigo poeta...

    Estou encantada com teu espaço... com certeza, vou te perseguir eheheh... grande abraço.

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