quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Felicidade de poeta

Quão insaciável pode ser a fome de um poeta
se ao longo da vida nada come
para além de versos insonsos
e intragáveis poemas de sabor amorfo
Quão intensa pode ser a sede de um poeta
se ao longo da vida nada bebe
para além de gotículas salobras de dor
e salpicos de desgosto pestilento
Quão escasso pode ser o sono de um poeta
se ao longo da vida nada dorme
para além de minúsculos roncos
em camas espinhosas de sofrimento
Quão ignóbil pode ser o descanso de um poeta
se ao longo da vida nada descansa
para além dos momentos em que escreve
e solta o verbo que nasce de si
Quão silenciosa pode ser a voz de um poeta
se ao longo da vida nada diz
para além dos seus pensamentos incompreendidos
clamados pela sua boca amordaçada
Como pode um poeta não ser feliz

4 comentários:

  1. Quão insaciável pode ser a fome de um poeta
    se ao longo da vida nada come
    para além de versos insonsos
    e intragáveis poemas de sabor amorfo

    Felicidade de poeta......maravilhoso Manu.

    Parabéns!Beijos prá ti.

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  2. O poeta sacia a sede com os versos insone alimenta a vida.
    Abraço!
    Bonito o poema!

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  3. Manu,

    (...)Quão silenciosa pode ser a voz de um poeta
    se ao longo da vida nada diz
    para além dos seus pensamentos incompreendidos
    clamados pela sua boca amordaçada
    Como pode um poeta não ser feliz.

    Muito lindo!!Parabéns!!!

    Desejo-te um ótimo final de semana...

    Beijos!

    Reggina Moon

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  4. Acho que são acima de tudo incompreendidos... daí terem uma boa poesia!


    beijo

    Breizh

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