Na leveza desta furtiva chuva de verão eclode uma paz misteriosa que abraça o âmago, como quem soletra silêncio.
Os pensamentos emergem decididos a transpor o portal da humildade, rumo ao sagrado altar da sabedoria.
Espargem-se na vastidão do conforto idílico e regam o crescimento uno, qual fenómeno da mãe natureza em parto divino.
Há um aflorar consciente e decisivo da razão, no ser que se omitia da sua origem pensante.
Nada se esconde. Tudo se revela. Mesmo as ideias mais tímidas, envergonhadas e de foro introvertido.
A arte fez-se e paira no ar como vapor de esperança, à espera de que os olhos se abram e as mentes despertem.
Mas, aos poucos, o mundo regressa à sua rotina louca e despropositada, ignorando a beleza apaixonada do criador, como nunca tivesse existido a vontade de mudança.
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