domingo, 17 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 95 - Emanuel Lomelino

Na leveza desta furtiva chuva de verão eclode uma paz misteriosa que abraça o âmago, como quem soletra silêncio.

Os pensamentos emergem decididos a transpor o portal da humildade, rumo ao sagrado altar da sabedoria.

Espargem-se na vastidão do conforto idílico e regam o crescimento uno, qual fenómeno da mãe natureza em parto divino.

Há um aflorar consciente e decisivo da razão, no ser que se omitia da sua origem pensante.

Nada se esconde. Tudo se revela. Mesmo as ideias mais tímidas, envergonhadas e de foro introvertido.

A arte fez-se e paira no ar como vapor de esperança, à espera de que os olhos se abram e as mentes despertem.

Mas, aos poucos, o mundo regressa à sua rotina louca e despropositada, ignorando a beleza apaixonada do criador, como nunca tivesse existido a vontade de mudança.

Sem comentários:

Enviar um comentário