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Os dias cozinham-se iguais, numa mesmice tão sórdida quanto submissa, sem ensejos nem revoltas.
Lábios gretados, frieiras nas mãos, escaras soltas, narinas empoeiradas, vontade que se esvai, conformismo que se instala.
O cansaço apodera-se, sem tréguas nem piedade. Reavivam-se vis emoções, já sentidas na plenitude da miserabilidade. Também aquela inércia tão lancinante como grilhetas carcerárias.
Mas nem tudo é ácido porque, no final de cada dia, chega sempre o silêncio crepuscular, com livros debaixo dos braços e a habilidade de teletransportar a mente para mundos que anestesiam até que a realidade regresse no buzinar do despertador.
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