segunda-feira, 25 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 143 - Emanuel Lomelino

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Naqueles dias em que esqueço de me equipar a rigor, fico suspenso nas escarpas íngremes da memória e os pensamentos nascem reféns pré-datados, como se a mente tivesse sido calibrada para uma só lembrança.

Por mais voltas que dê, por mais tentativas que faça, há sempre uma ou outra recordação a querer protagonismo, como quem procura ser reconhecido acima da sua própria importância.

Nesses momentos fico insuportavelmente incomodado com o desaforo do tempo, em querer ultrapassar a sua caducidade, porque sou apologista convicto, para não dizer radicalmente defensor, da máxima: “águas passadas não movem moinhos”.

Para além disso, é tedioso pensar em mono, ainda por cima, numa era em que a celeridade dos avanços tecnológicos é maior do que um piscar de olhos e, apesar de ser da velha escola, já me habituei às multiplataformas.

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