segunda-feira, 18 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 104 - Emanuel Lomelino

No outro dia ouvi alguém dizer que a matemática não é uma ciência, mas sim uma ferramenta ao serviço de várias ciências. Pensei no assunto e consegui ver a lógica desse raciocínio.

O problema é que não fiquei por essa simples reflexão e continuei a pensar nos conceitos dogmáticos que esta disciplina encerra e cheguei a outra conclusão. Ao contrário do que me ensinaram, a matemática é tudo menos exacta.

Vejamos.

Eu sou um (número inteiro), no entanto, na maioria das vezes sou apenas fracções de mim, raramente completo. Assim sendo, como posso ser, em simultâneo, um e decimal de mim?

Atentando mais fundo na questão, tendo sempre presente que sou um, como se explica, matematicamente, aquilo que sou quando me divido (ou multiplico) ao longo de um dia de trabalho? O mesmo poderia perguntar pelas vezes que me somo ou subtraio.

Ao detectar estas incongruências, a confusão adensou-se porque fiquei a saber que sou um zero nesta matéria. Mas como? Se zero não é número inteiro e, à partida, sou um? Será que um pode ser todas essas coisas, inclusive algarismo aditivo ou fracção? Pode o um ser um número nulo?

Se houver por aí um matemático de serviço, agradeço desde já que não me esclareça estas dúvidas porque a febre já passou.

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