domingo, 31 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 179 - Emanuel Lomelino

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Não foi sem assombro que descobri a existência de niilismo na minha personalidade.

Apesar do termo não me ser estranho, por razão do meu interesse artístico-literário, e até conhecer um pouco desta corrente filosófica, nunca deduzi que uma parte de mim pudesse ser influenciada, mesmo que ligeiramente, por esta doutrina.

A verdade é que, em relação à percepção que tenho da vida, com todas as minhas dúvidas e questionamentos, nunca me considerei mais do que céptico, pela simples razão de não conseguir vislumbrar, com carácter decisivo, uma razão válida que justifique a existência de um propósito, ou sentido, pré-definido.

Eis senão quando, nesta fase adiantada da minha existência física, descubro que a descrença num sentido para a vida, tal como ela se revela para mim, é considerado niilismo existencial. Só não sou completamente niilista porque não vejo a humanidade, como um todo, insignificante.

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