Tirando da equação aqueles que lidam comigo há mais de duas décadas, a generalidade dos que conhecem o meu acervo só teve contacto com aquilo que escrevo a partir de 2008.
Os mais atentos e assíduos sabem, quase tão bem como eu, a evolução das minhas criações e conseguem identificar os períodos a que cada trabalho corresponde.
Foram várias etapas que ultrapassei com naturalidade e, sobre as quais, sempre soube explicar as motivações e os objectivos.
Com excepção dos dois primeiros livros, que reuniram composições escritas até 2010, logo, pertencem a uma fase embrionária, com alguma consciência autoral, mas sem grande apuro de conceitos, técnicas e sentido crítico, todos os outros são provas irrefutáveis de uma maior preocupação com o trabalho de sapa/bastidores (estudo de conceitos, aprimoramento de processos, exploração de novas técnicas, aplicação de diferentes métodos, estilos, géneros e, acima de tudo, desenvolvimento de espírito autocrítico) com o propósito de tornar mais evidente, pelo menos para mim, o grau de evolução da minha escrita, descobrir as minhas limitações criativas e encontrar a minha voz literária.
Hoje, reflectindo no caminho percorrido e nos trabalhos executados, chego à conclusão de que, entre erros e acertos, o balanço acaba por ser positivo e, livro após livro (contando os que, já estando prontos, ainda não viram a luz do dia), tenho conseguido alcançar o propósito maior que me move, enquanto autor: ser diferente em cada obra, isto é, nunca me repetir.
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