Entendo a aversão aos dicionários. Há quem se intimide com a volumetria desses compêndios.
Entendo o desinteresse na definição das palavras. Há quem prefira usar os termos mais básicos da linguagem.
Aquilo que eu não entendo é a incapacidade que muitos têm no momento de usar o bom-senso. Porque há palavras cujas definições não são essenciais para saber aplicar o conceito base.
Dou como exemplo a gratidão (e o seu oposto – ingratidão).
A gratidão é um sentimento que enobrece quem demonstra reconhecimento por uma ajuda, um conselho, um ombro amigo.
Um ingrato é aquele tenta ficar com os louros de algo (uma acção, atitude, proeza) sem reconhecer o auxílio que teve ou a ajuda que lhe foi prestada, para alcançar esse sucesso.
O problema surge quando aquele que presta auxílio pensa que o seu acto merece gratidão eterna e o “ajudado” deve retribuir sempre que for solicitado, e nas condições ditadas pelo “bom samaritano”. Caso não o faça passa a ser considerado ingrato.
A gratidão deve existir na forma como vem definida nos compêndios volumosos: reconhecimento pelo benefício que a acção de outrem nos outorga.
Peço desculpa pela objecção que deixo aqui, mas a verdade é que a gratidão não é como uma dívida bancária que é paga durante toda a vida e com juros de mora.
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