quarta-feira, 27 de março de 2024

Diário do absurdo e aleatório 157 - Emanuel Lomelino

Há quem se queixe de, por mais que recomecem algo, o desfecho ser sempre igual.

Mas a questão é simples e sempre a mesma: presumir que os sinónimos representam, fielmente, a mesmíssima coisa, quando não é assim.

Mesmo parecendo terem significação igual, existe uma enorme diferença entre reiniciar e repetir.

Reiniciar é voltar ao início, mas isso não obriga, em momento algum, fazer-se tudo exactamente da mesma forma: isso, sim, seria repetir.

Ora, tendo presente essa pequena, mas essencial, nuance, não é difícil entender que cada regresso ao ponto de partida é uma possibilidade de mudança. Isso implica voltar à estaca zero, mas enveredar por outro caminho, outra via.

Só colocando em prática essa consciência é que o desfecho final poderá ter hipóteses de ser diferente.

Se reiniciar e repetir fossem exactamente o mesmo era impossível evoluir.

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