10-09-2024
Desconheço o modelo educativo utilizado na formação dos novos jornalistas, mas desconfio que, ao contrário do que era ensinado, em tempos que vão longe, os princípios base da profissão devem ter sido colocados de lado e informar sobre os factos deixou de ser a sua principal e imperativa função.
Este paradigma do jornalismo, que não é novo, faz com que os noticiários e as colunas de jornal nada mais sejam do que enxurradas de hiperbólica adjectivação sobre coisa nenhuma, avalanches de especulação barata, aniquilamento do bom-senso e apologia de imediatismo, que resulta na estupidificação maciça.
Longe vão os tempos em que ler jornais e assistir a um espaço noticioso televisivo ou radiofónico, para além do aspecto informativo, enriquecia-nos linguisticamente, através de espessas doses de textos com qualidade literária.
Infelizmente, nestes dias de selvático consumismo descartável e sedentarismo mental, somos encharcados por meros rascunhos lamacentos, cheios de estrangeirismos bacocos, fraca dicção e ausência completa de ética e valores deontológicos.
Não posso negar que a era digital trouxe coisas boas mas, para mal dos nossos pecados, o que mais se destaca é a preguiça intelectual, como fica provado pelo miserável jornalismo que nos inunda os sentidos.
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