terça-feira, 14 de maio de 2024

Diário do absurdo e aleatório 308 - Emanuel Lomelino

Somos seres de humores e, por isso, cada momento é irrepetível, porque específico. Por mais que se recriem ambientes e condições, dificilmente conseguimos repetir sensações.

À partida, esta constatação parece inabalável pelas verdades que encerra. No entanto, prestando atenção, verificamos que no seu conteúdo esconde-se um paradoxo.

Se, por um lado, é muito difícil que as nossas acções resultem sempre da mesma forma, levando-nos a vivenciar o mesmo grau de euforia, por outro, como se explica que a insistência numa determinada atitude resulte sempre na mesma insatisfação?

Tendo refletido neste paradoxo, cheguei a uma única conclusão: a tese da irrepetibilidade só é aplicável às boas sensações. Nas nefastas, a repetição resultará sempre em algo negativo. O mesmo é dizer que as boas sensações são uma paleta muita vasta e variável, enquanto um mau momento será sempre um mau momento.

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