segunda-feira, 1 de abril de 2024

Diário do absurdo e aleatório 187 - Emanuel Lomelino

Pensar dói. Ou melhor… dá dores de cabeça. Ok. Nem sempre. Há pensamentos que conseguem passar sem deixar vestígios, mas, quando assim é, isso significa que não tinham significado algum.

Aqueles que magoam são os pensamentos que vêm atrelados a outros pensamentos, como um comboio-bala interminável, cuja locomotiva é uma ideia simples que não gosta de andar sozinha nas trilhas da mente e, por isso, arranja sempre uma forma ardilosa de dar boleia a mais e mais ideias, cada vez mais complexas.

A dor de cabeça aparece nesse momento. Na altura em que as carruagens mais simples – porque leves – dão lugar às mais robustas – porque pesadas – e, como num passe de mágica, cada uma delas (ideias) se transforma numa nova locomotiva, dando origem a mais comboios. Tantos que a mente fica preenchida de carris, que entroncam, uns nos outros, de modo tão vertiginoso que, nasce a sensação, a qualquer instante haverá um descarrilamento ou um choque entre composições.

Se isto não fosse uma analogia eu estaria milionário só na venda de bilhetes, tantos são os pensamentos que viajam na minha mente.

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