sábado, 6 de abril de 2024

Diário do absurdo e aleatório 216 - Emanuel Lomelino

É impressionante como a humanidade tende a complicar a sua essência ao mesmo tempo que admite os benefícios do simples.

A toda a hora ouvem-se vozes a reclamar, por tudo e por nada, numa algazarra, por vezes colectiva, contudo parca de sentido ou em sentido contrário ao pensamento lógico.

A todo o momento, há um espírito de contestação que desce sobre alguém e logo todos se transformam em seres iluminados, sem sequer saberem o que contestam.

Cada vez mais abunda o seguidismo bacoco, que nada acrescenta para além de estupidificação.

Há uma cultura de preguiça, que não é compatível com os brados queixosos, mas que emerge como o valor moral mais alto e assertivo.

Há uma inversão na marcha da humanidade e parece que ninguém faz caso. O importante é saber o supérfluo e ter os olhos colados nas telas luminosas dos aparelhos portáteis e que se lixem os outros (inclusive aqueles que estão sentados à mesma mesa).

A humanidade reclama mais humanismo, no entanto, os passos a dar nesse sentido têm de ser dados pelos outros porque cada um está com falta de tempo e com coisas mais importantes em mente.

Qual a lógica disso? Quão cega está a humanidade para não ver o óbvio?

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