quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Lusofonia de um poema - EMANUEL LOMELINO E WASIL SACHARUK


As minhas palavras de Fado
gostam de cantar continentes
e dançar carnavais de funaná.
As minhas palavras de bacalhau
têm fome de cachupa e funje
e sede de água de côco.
As minhas palavras de Tejo
navegam pelo Amazonas
e banham-se no Zambeze.
Quem as quiser encontrar
tem de ter na mão um planisfério
e descobrir onde fica Lusofonia
 
Digo alguns versos de samba
às ruas de Trás-os-Montes
com os Pauliteiros de Miranda.
Digo alguns versos de feijoada
com um tanto de óleo de palma
e uma garrafa de vinho do Dão.
Digo versos de pedra da Mina
que ecoam na Montanha do Pico
e são ouvidos no alto do Binga.
E quem os quiser escutar
tem que sucumbir aos mistérios
e às belezas da Língua Portuguesa.

É para mim uma honra ter recebido o convite do poeta WASIL SACHARUK para este dueto/parceria e ver as nossas palavras darem este abraço lusófono! 

6 comentários:

  1. Realizei mais um sonho poético e escrever junto a ti, meu irmão das letras. Um abraço imenso.

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    1. Poeta Wasil!
      Todo o poeta tem um pouco de loucura e a minha é guardar todos os versos que escrevo, por isso fui resgatar no meu arquivo o primeiro comentário que fiz à tua poesia

      19/AGOSTO/2009

      Ele corre enfrentando tempestade
      Contra a natureza ele corre com fé
      Se agarra na preciosa humana vontade
      E se de cansaço morrer, morre de pé
      Em sacharuk.blogspot.com

      Nestes 3 anos e meio de contacto com a tua escrita aprendi muito (nunca tinha ouvido falar de tautograma) e aquilo que para ti é um sonho, para mim é uma honra, por juntar as minhas palavras a quem tem sido uma influência na minha poesia.
      Grande e forte abraço luso.

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  2. Respostas
    1. O mérito é todo desta nossa língua maravilhosa cheia de sotaques e diversidade!

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  3. muitos parabéns, de coração, para palavras que são tanto, o mundo todo na palma da mão.

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