sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Um dia (inédito)

Um dia, quando despertares da letargia do sono
e te lembrares da poesia que respirámos juntos
recorda com saudade o meu acordar rubro
e a minha resistência em ser poeta pela manhã.
Um dia, quando te libertares da felicidade do sonho
procura no azul-celeste da tua memória viva
os versos doces que quis escrever no teu corpo
e sente o sal que os meus olhos derramaram
sobre as imaculadas folhas de papel virgem.
Um dia, quando sentires a dureza dos caminhos
e quiseres sarar as cicatrizes da tua existência
reaviva os verdes momentos de esperança
daquelas palavras escritas que um dia te dei.
Um dia, quando confessares a tua essência
e essa verdade que sempre viveu em ti
podes enfantizar as qualidades da poesia
que pensei mas sempre resisti em escrever.
Um dia, depois de ouvires os sinos da partida
e descobrires a cegueira dos meus olhos meigos
aplaude a minha falta de originalidade criativa
e enaltece a forma como lomelinizei a vida.  

4 comentários:

  1. Um dos teus melhores poemas!

    Beijo

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    1. "se de autor sempre se espera evolução de livro para livro"...
      ... neste caso é de poema para poema...
      ;) Beijocas

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  2. Quanta intensidade, Manu, bom demais de ler.

    grande abraço

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    1. Obrigado poetisa por sempre ser uma voz motivacional! Beijo Luso!

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