sábado, 30 de janeiro de 2010

Falta de valores

No mundo, o que mais se enxovalha
é o suor do pobre povo que trabalha
e o rubro sangue por ele derramado
a mesquinhez é vista como medalha
honra é uma máscara feita de palha
o mau carácter chega a ser ensinado

A mentira tem alto valor no mercado
o embuste é permitido e incentivado
intrujar já é uma rede de larga malha
a falsa argúcia é um poder instalado
o Zé-povinho trabalhador é ignorado
que apenas se respeita quando calha

E quando a garganta colectiva ralha
ao desvalido não há quem lhe valha
seu grito é imediatamente censurado
morre a questão enquanto acendalha
castiga-se o espírito a fio de navalha
e o resto do mundo olha para o lado

Aconselho todos os amigos e amigas que me visitam a lerem este artigo sobre poesia que hoje apareceu no DN. A nossa querida MARIA PAULA RAPOSO é uma das figuras da poesia portuguesa contemporânea referenciadas.

4 comentários:

  1. Manu
    Lindo poema de intervenção...nas tuas rimas, só verdade.

    beijinhos
    Sonhadora

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  2. texto atual e verdadeiro.Excelenteeeeeeeee.

    Manda-me um beijo
    De carona com o vento
    Manda-me um beijo
    De tempo em tempo,
    Que espero ansiosa!
    Na estação amor.

    Beijos meus e Bom Domingo!!

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  3. Aflige, a falta de valores,
    Interesses "corriqueiros"
    Que se sobrepõem ,
    E a indeferença de quem olha...
    ...
    Bjs dos Alpes. E bom domingo!

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  4. Manu,

    Realmente, é preocupante a inversão de valores de se vê na nossa sociedade...as esperanças são as novas gerações, que estão vindo com um outro sentido para a vida...

    Um grande beijo e ótima semana!!!

    Reggina Moon

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