domingo, 23 de junho de 2024

Diário do absurdo e aleatório 348 - Emanuel Lomelino

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Acho graça aos amoques que determinadas personagens, com a mania das grandezas e acreditando serem detentoras das verdades absolutas, têm amiúde, por dá cá aquela palha, porque sim e porque não, como se a histeria dos seus gritos mudos e absurdos atemorizassem os demais, fazendo-os enfileirar como carneirinhos conduzidos por pastores caninos.

Dá-me graça, e vontade de rir, quando vejo essas matrafonas carnavalescas, trasvestidas de autoridade suprema, a arrotarem postas de pescada, com vozes estridentes, feito varinas a depilarem-se com lâminas rombas, como se a razão as assistisse e sem perceberem o quão ridículos são os motivos da peixeirada.

Dá-me graça, mas sinto pena, dessas vedetas mediáticas que andam sob holofotes, como quem usa chapéu-de-chuva em todas as condições climatéricas, na esperança de serem notadas para não serem esquecidas, conduzidas por egos tão inflados como provincianos barrocos.

Dá-me graça, sobretudo por saber, de cor e salteado, os reais propósitos desses falsos achaques, que nada mais são do que chamarizes para papalvos, distraídos e pombos-correio.

Dá-me graça a vulgaridade de quem se vende excepcional.

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