sábado, 1 de junho de 2024

Diário do absurdo e aleatório 326 - Emanuel Lomelino

Quando sou abraçado pela paz dos meus mais preciosos silêncios, consigo levitar sobre a dureza dos dias como nuvens sopradas pela brisa matinal de verão.

Nas veias, correm livres, jangadas de júbilo sobre rios de esperança e o corpo, suspenso num raro frémito aliviado de tensão, flutua numa boia de confiança, prazer e bem-estar.

Os passos nascem com a agilidade felina e corajosa de quem enfrenta o mundo de peito aberto às adversidades, e os gestos brotam soltos, leves e indolores, numa completa indiferença sensitiva, apenas acessível pela dose certa de robustez emocional.

As encruzilhadas são meros detalhes de uma jornada que se faz primaveril, para deleite dos sentidos anestesiados pela beleza dos horizontes, que se mostram mais nítidos e definidos.

Depois… bem, depois volta o cinzentismo dos dias invernais, mas o espírito, calibrado pela serenidade da reflexão, tem a firmeza suficiente para ultrapassar os obstáculos que os combates da vida proporcionam.

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