sexta-feira, 12 de abril de 2013

SEMENTE c/ MIGUEL BEIRÃO


Será que não entendes
que há uma porta para entrar
quando a tua mão estendes
para na minha entrelaçar
 
Será que ainda não crês
nos valores da cumplicidade
e este rosto que agora vês
é expressão de amizade
 
Será que não percebes
que é ao lado que se caminha
e a água que tu bebes
é da mesma fonte que a minha
 
Será assim tão estranho
o caminho que atravesso
e a certeza que mantenho
na amizade que te peço
 
Será difícil acreditar
que o sol que alguns aquece
é o mesmo que me faz sonhar
mas que de mim se esquece
 
Será assim tão complicado
responder sim ou não
se me queres a teu lado
ou persistir na solidão
 
Somos todos filhos da terra
sementes dadas ao mundo
somos rios, correndo na serra
somos um (a)mar profundo
 
Seremos todos apenas pó
e um grão não faz o deserto
é mais triste estar-se só
que ter amigos por perto
 
Girando, o mundo acontece
nas mãos da tirania
e assim o sonho adormece
sem conhecer outro dia
 
E os sonhos que realizamos
são momentos de glória
ainda mais se partilhamos
o doce sabor da vitória
 
Mas juntos na mesma estrada
havemos de chegar
há-de ser a lua, tudo ou nada
e nós a certeza do luar
 
E juntos podemos tudo
temos a força da comunhão
o nosso grito não será mudo
e ecoará na escuridão
 
Por isso vem, anda comigo
Une a tua voz ao meu clamor
Serei teu porto de abrigo
E tu serás meu protector
 
E se mais silencios não houver
o meu sonho conquistei
o céu será um lugar qualquer
porque o amor será lei

Poema extraído do meu livro LICENÇA POÉTICA [duetos lomelinos] - Lua de Marfim - 2011

Sem comentários:

Enviar um comentário