quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Ver e querer

Sentado num banco de jardim
contemplo o mundo em redor.
Observo os pássaros no céu
e invejo-lhes as asas.
Ausculto o piar da coruja
e namoro-lhe o timbre.
Vejo os peixes no lago
e cobiço-lhes a independência.
Escuto o coaxar das rãs
e anseio-lhes a liberdade.
Fito as árvores outonais
e ambiciono-lhes o desembaraço.
Espreito as flores matizadas
e almejo-lhes as cores e os cheiros.
Perscruto o som da brisa
e desejo a sua frescura.
Sinto na pele o calor do Sol
e quero a sua grandeza.
Oiço o regato borbulhante
e peço-lhe a pureza.
Diviso um casal de namorados
e suspiro-lhes o amor.

7 comentários:

  1. Pois Deus nos deu tudo isso, somos também animais cuja diferença é que podemos pensa, raciocinar, e isso levado ao extremo, apaga todas as nossas outras qualidades, deixamos de lado a simples integração à natureza, que é na verdade a nossa única casa.
    Um lindo poema!
    abraço

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  2. Só te faltou dizer, para que fosse tudo perfeito, que eras aquilo que vias, a natureza com que te identificavas...Prosa singela e bonita. Simples e poética. Palavras cantantes e contentes, rodeadas de seres vivos felizes, que simplesmente são, porque nada questionam. Gostei.

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  3. Lindo poema e de muita inspiração.

    Feliz Noite.........M@ria

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  4. Que lindo poema Emanuel. Adorei sua sensibilidade.Estou lhe devendo uma visita faz tempo né, rs. Me desculpe, cabeça a mil.Voltarei sempre para te ler. Agradeço suas visitas e comentários. Bjsss poéticos

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  5. Bonita tela...
    Também tu fazes parte dela... sem ti, não havia poema. E nós, leitores, como é que a visualizariamos?

    beijo

    Continuas em alta...parabéns

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  6. ....

    O sonho é um direito dos poetas.
    Talvez o único verdadeiro direito, amigo.

    Um abraço

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  7. "Fito as árvores outonais
    e ambiciono-lhes o desembaraço."

    E as folhas caem desinibidas
    ao vento das conquistas
    as árvores de repente nuas
    buscam mais um momento
    de divina embriaguez

    o ar frio, no entanto,
    marca o regresso
    de espadas e protestos
    E as cores vão esmorecer vazias
    e ganhar outros tons de ira...

    a chuva fina molha o chão
    persistem a emoção e a alegria
    mas nenhuma fantasia
    só coerção...

    ...

    meu sentimento atrevido
    em meio a toda esta contradição
    quer a candura, a grandeza
    de um tema pleno, de doce beleza
    um remédio para a nostalgia
    com certeza, algo singular...
    um poema igual ao teu, de fato.

    ...

    Adoro tuas visitas, são sempre inspiradoras. Grande abraço, meu amigo.

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