domingo, 20 de abril de 2014

AUDAZ FANTASIA - NOCTURNOS (sobre tela de Gilberto Russa)


Nem o ébano das mãos escapa à incerteza
de um fortuito toque negro e cego.
Com as palmas suadas de salitre
tacteio becos e vielas de muros seculares
procurando salvar-me do medo labiríntico
e dos uivos que o inconsciente amplifica.
A clausura da noite é perpétua audácia
e os signos pontuados nos céus
pouco mais são que fantasias da mente.
A vida tem mais curvas que a cidade
e mais razões para nos perdermos.

Poema extraído do meu livro NOVO RESPIRAR - Lua de Marfim - 2014

   

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