Caro Walt,
Na ânsia de fazer, da vida, algo extraordinário, e perante as contrariedades que ela nos oferece, há sempre questões que se levantam, como o sol na alvorada: Quem determina os parâmetros dessa notabilidade? Sob que olhares deve ser avaliada a realização do admirável? O que significa “algo extraordinário?
Na busca por respostas a estas, e outras, dúvidas, sou confrontado com inúmeros paradoxos que, já se sabe, geram ainda mais interrogações. Desse emaranhado de incoerências e antagonismos, resultantes do esforço mental por entendimento, confirmo que existem sempre dois pesos e duas medidas, tanto na génese como na solução, dependentes das abordagens, dos conceitos, das definições e ideais de cada um.
Só desse modo é possível admitir que os desejos mais simples sejam tão extraordinários quanto as proezas mais heroicas; que a vida mais comum seja tão satisfatória quanto a existência mais singular; e o banal seja tão cativante e jubiloso como é o excelso e surpreendente.
Tudo
isto, espremido, conduz-nos a uma constatação tão elementar quanto magistral: Extraordinária,
por si só, é a própria vida.
Simplesmente
Emanuel Lomelino
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