Lomelinices
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Pobres daqueles que, ao verem a poeira levantada por uma rajada de vento fortuita, creem estar perante uma tempestade de areia.
Não há nada mais nefasto do que viver na agonia de todos os males, desconsiderar que os dias são maiores do que as trevas e as miragens podem desvirtuar os sentidos.
Pobres daqueles que, na preguiça do intelecto, acreditam em todas as palavras proféticas dos arautos da desgraça alheia e, como marionetas sem fios, deixam-se amarrar aos vis conceitos de falsos mensageiros.
Não existe nada mais nocivo do que acreditar em castigos e pragas divinas, desvalorizar a intuição e deixar o próprio destino nas mãos de quem só está presente nos instantes de conflito interno.
Pobres daqueles que evitam encarar a vida, olhos nos olhos, por receio de cair e macerar o corpo vezes sem conta.
Não há nada mais danoso do que viver com medo das sombras e em permanente cobardia.
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